Oeiras pretende ser um concelho onde o turismo seja forte e de grande qualidade

Por estas razões tem apostado consecutivamente na construção de estruturas de grande interesse, na zona ribeirinha, junto ao Tejo, mas projectos não faltam para que a quantidade e sobretudo a qualidade sejam mesmo uma realidade dentro de alguns anos.

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Apesar da grande transformação que Oeiras sofreu nestes últimos anos, sendo mesmo considerado um dos concelhos portugueses com maior índice de desenvolvimento, o seu executivo pretende ir mais além, dotando-o de novas estruturas para que o turismo possa encontrar, não só o que deseja, como também qualidade.

As apostas são enormes para estes próximos anos, por isso, Carlos Oliveira, vereador do Turismo da Câmara Municipal de Oeiras, foi mostrar aos jornalistas as já muitas potencialidades do concelho, e falar-lhes dos seus desígnios para um futuro muito próximo. Os jornalistas depois de tomarem contacto com a grandiosidade do “Lagoas Parque”, onde se encontram sedeadas trinta por cento das maiores empresas portuguesas, o vereador do turismo encontrou-se com a imprensa, onde foi servido um pequeno almoço, para de seguida dirigirem-se ao aeródromo de Tires a fim de efectuarem uma visita aérea, por forma a vislumbrarem o concelho de Oeiras, utilizando dois helicópteros, numa viagem curta, de apenas vinte minutos, mas sensacional, desde o interior até ao estuário do Tejo, paisagem soberba inesquecível vista das nuvens,

Depois foi feita a mesma visita, mas de autocarro, percorrendo os locais mais importantes já construídos no território oeirense, que já lhe dão uma posição de destaque na Área Metropolitana de Lisboa, como o parque dos Poetas, o Estádio Municipal, a grande fonte do Oeiras Parque, entre muitos outras valiosas obras que já sustentam turisticamente o grande concelho.

O Parque dos Poetas, depois de construída a primeira fase, vai ver a segunda onde irão ser colocadas mais quarenta poetas portugueses a começar por D. Dinis, indo até ao século XX, esculturas elaboradas por artistas portugueses, dando depois uma maior dimensão aquele espaço de lazer e cultura, considerado um dos mais importantes da Europa.

Junto ao estádio nacional, vai ser construído também um Pavilhão Multiusos, para 8.000 pessoas, servindo a cultura e o desporto que muito virá beneficiar aquelas áreas no concelho.

A antiga Casa de Chá conhecida pelo “Vela Azul”, mesmo diante da Tejo ente Cruz Quebrada e Caxias, irá ser recuperada e voltar a funcionar como antigamente, empreendimento cujo primeiro proprietário foi um senhor que possuía uma grande drogaria em S. Paulo – Lisboa, já falecido.

Só que depois, o “Vela Azul” acabaria por fechar as suas portas e daí até aos dias de hoje conheceu a maior degradação possível, encontrando agora o consenso camarário, que não pretende perder aquela preciosidade do passado e como tal irá ser recuperada.

Também o Palácio Anjos em Algés recebeu uma grande obra de reconstrução e hoje já funciona como um dos mais importantes locais de cultura, albergando a valiosa colecção de Manuel de rito, e recebendo as maiores exposições de pintura do país, local que tem sido visitado por milhares de pessoas, estando de momento a grande colecção da famosa artista Paula Rego, que poderá ser admirada nos horários normais de visita.

Em Paço de Arcos está em curso as obras de construção do Passeio Marítimo, que irá desde a sua origem, Porto de Recreio até Algés, faseada, estando já concluído, 2,4 km. desde o seu início até à praia de Santo Amaro.

Em Caxias visitou-se a Quinta Real, um ponto de grande atracção, pois pode-se ali visitar os maravilhosos jardins que o Marquês de Pombal construiu, tendo sido no passado, uma extensão do Palácio de Queluz onde a família real passava parte dos seus tempos.

Em Paço de Arcos, para além do chafariz velho, importante pela sua valiosa colecção de azulejos do século XVIII, podemos ver o Palácio dos Arcos em ruínas que brevemente irá ser transformado numa casa de chá, sem se destruir toda a traça inicial, e ainda na vila, irá nascer junto à praia, mais uma unidade hoteleira, mesmo nas Fontaínhas, valorizando assim aquela zona balnear tão preferida pelos banhistas no período de verão.

O Porto de Recreio é um luxo e um prazer passar por ele, pois foi uma obra importantíssima criada em Oeiras que tem chamado à vila pombalina imensos turistas que utilizam a via marítima, já que está apetrechado com o que há de melhor, sendo mesmo considerado um dos mais bem concebidos do pais, por isso recebeu a honra de ostentar a bandeira azul das marinas

. O Porto de Recreio é servido por uma série de restaurantes e lojas de vendas que prendem ali, não só o turista proveniente do mar, mas também aquele que ali pretende passar um bom bocado do seus tempos livres, já que encontra grande entretenimento, quer de inverno, quer de verão.

“Oeiras Viva”, que explora aquela zona balnear, criou agora também, uma ideia louvável, pois no seu pavimento, está a colocar azulejos negros com a inscrição de todos os atletas olímpicos portugueses que ganharam medalhas através dos desportos náuticos, desde 1924, iniciativa, se não inédita, pelo menos bastante significativa e justa, estando para breve a colocação dos nomes dos heróis de Pequim, espaço que recebeu a nomenclatura de “Passeio Olímpico da Fama”.

O vereador Carlos Oliveira falou-nos ainda de várias vertentes que têm sustentado esta grande mudança em Oeiras e das suas pretensões no futuro, sendo a gastronomia uma das grandes apostas, pois é preciso equipar todo o concelho com restaurantes de grande qualidade para que as pessoas lhes dêem a preferência.

“Pretendemos pensar em mais e com qualidade, pois é desejo da Câmara é lançar aspectos inovadores, no concelho, pois eles serão importantes no turismo nacional, que pretendemos seja instalado aqui com grande força”.

Muitos projectos valiosos estão a ser estudados para o futuro, que irão ser apresentados ao público quando for divulgado o Plano Estratégico do Turismo e sobre esta matéria, ainda não se abriu, pois garantiu que na sua altura eles serão desnudados, uma vez que estão pensados mas ainda não se encontram devidamente definidos.

No entanto, adiantou que mia doze unidades hoteleiras irão ser construídas no concelho, para poderem aumentar o número de camas já existente que se cifra em cerca de 2.000 e isto a conceber dentro de quatro a cinco anos.

Mas sempre se abriu um pouco, informando que os hotéis a construir e que estão a ser pensados, serão; Hotel das Fontaínhas em Paço de Arcos junto à praia; Hotel junto ao Alto da Boa Viagem, mais um hotel no Tagus Parque, na Fundição de Oeiras e no Palácio dos Arcos em Paço de Arcos entre outros.

“Pretendemos construir unidades e empreendimentos de qualidade e não mamarrachos, pois só assim poderemos atrair o turismo de qualidade”garantiu o vereador.

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E PARA BARCARENA ?…SÓ DAQUI A QUINZE ANOS!...

Atrevemo-nos a perguntar, depois de termos escutado mais todo este acervo de ideias e inovações para a zona ribeirinha, o que se previa para Barcarena?...

O mesmo de sempre, promessas que deixam o seu povo convicto das suas realidades, especialmente por se situar na estrema do concelho e bem no seu interior, pois não deixa de ser uma freguesia rural, pese embora se tenha dado um “ar de graça”, com a transformação da Fábrica da Pólvora que recebe milhares de pessoas por mês, em visita às suas estruturas culturais e de lazer.

Mas apesar desta benesse, o povo obriga-se a aceitar a ideia de que enquanto a sua ribeira não for despoluída, não pode haver estruturas de qualidade, pois segundo Carlos Oliveira, “pretende-se implantar ai ‘Turismo de Habitação’, pois sem esse primeiro trabalho não haverá qualidade, e depois há que criar protagonismo”.

É uma ideia muito antiga, só que os passos têm sido muito lentos no sentido de obrigar Sintra a um trabalho profundo no respeitante à limpeza da ribeira, contudo o vereador acrescentou:

“É preciso despolui-la e tratá-la devidamente, para que se construam passeios ribeirinhos e só então poderemos pensar em empreendimentos, obras que poderão tardar entre dez e quinze anos”.

Informações que já são conhecidas há muito, mas resta a esperança e a paciência de um povo que sabe esperar, pensando que um dia os seus netos poderão se orgulhar de viver numa terra que de rural, passará finalmente a ter aquele estatuto que os habitantes ribeirinhos já possuem há muitos anos, só que os mais idosos, lamentam tanto terem lutado por essa mudança e não a poderem ver, como seria de seu gosto, e com a mesma celeridade com que os que vivem à beira do Tejo puderam.

Enfim, são as facturas que se têm de pagar, mas lá diz o ditado: “mais vale tarde que nunca”, porque o que interessa por agora é colocar Oeiras na rota do mundo, e acabar de vez com o mito, de que Turismo na área Metropolitana de Lisboa… só na capital, ou em Cascais.